quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MILSON HENRIQUES.... foi aqui que tudo começou!!!!

Foi assistindo Milson Henriques ensinando a desenhar na televisão, que me encantei e nunca mais parei!!!!




"Viver como vivo
é uma arte:
faço parte de um mundo
do qual não faço parte"
(Milson Henriques) 


Na era das celebridades 'construídas' - efêmeras, medíocres e artificiais -, meros produtos emanados das céleres 'linhas de montagem' da mídia contemporânea, filha legítima da pós-modernidade, os capixabas bem podem se orgulhar de possuir uma autêntica. Real. Em tudo e por tudo... verdadeira! Inclusive, com o selo de "Qualidade Total", obsessão normativa dos dias presentes. Celebridade como aquelas dos 'bons tempos', só guindadas ao estrelato pela única via então possível: a do talento e criatividade na produção artística. Estamos falando - é claro! - de Milson Henriques. Um 'capixaba de coração' que aqui aportou na segunda década da sua existência e que, em 6 de maio próximo, estará completando impensáveis... 66 anos! Dá para acreditar? Celebridade consolidada no Espírito Santo, detentora de talentos múltiplos - de fácil e notória comprovação - que se esparramam em cenários vários: teatro, literatura, cinema, artes plásticas, além das atuações rotineiras como 'showman', dançarino, manequim, cantor, chargista, ilustrador, 'garoto propaganda' e apresentador de Tv. Por onde transita, Milson Henriques é alvo de efusivas e calorosas manifestações. No estilo fã clube, mesmo! Com uma peculiaridade: seu público distribui-se democraticamente em todas as faixas etárias. Sem exagero, dos 8 aos 80. Mais: infiltra-se nas várias camadas sociais. Basta acompanhá-lo, uma única vez, para um 'giro' despretensioso pela Praça dos Namorados. Saudações, cochichos, indicadores apontados, sorrisos, acenos, assédio de crianças a idosos e... pedidos de autógrafos. Em profusão! Milson Henriques retribui com alegria sincera, irradiando simpatia e jovialidade envolventes. "Isso é o meu maior prêmio", sussurra à repórter, enquanto dá mais um autógrafo. Criador da personagem Marly, tira de quadrinhos já publicada em jornais de circulação nacional e hoje em "A Gazeta" e na versão 'encarnada' nos palcos pelo ator José Luiz Gobbi, este versátil dublê de Da Vinci do século XXI prima ainda por outro traço personalíssimo: é viajante incansável, 'explorador' de terras longínquas. Do Tibet ao Alasca, do arquipélago de Galápagos à Patagônia. Sua rica biografia, a curiosidade que o esporeia e até rege sua vida, idiossincrasias e projetos para o futuro constam deste bate-papo informal. Ah, sim... como praticante da 'arte do bem viver', Milson Henriques abriga planos para festejar o centenário de seu natalício. De preferência 'centenário e meio', corrige ele rápido com o bom humor habitual. Aliás, essa outra das suas muitas facetas. Enfim, uma celebridade autêntica, real e consolidada... para capixaba nenhum 'botar defeito'.

Século: Onde você nasceu e como chegou ao Espírito Santo?


Foto: Carlito Medeiros
  
Milson: Nasci em São João da Barra tendo ido quase aos 5 anos residir em Campos, Estado do Rio. Assim, não guardo memória alguma de São João da Barra... já em Campos, permaneci dos 5 aos 14, quando fugi de casa para me estabelecer sozinho no Rio de Janeiro. Lá estive até os 20, partindo então para São Paulo. Aos 22, retornei ao 'lar paterno' mas... não deu mesmo certo! Segui para a Bahia - ficando lá entre os 23 e 24 anos - e depois rumei para Brasília, Belo Horizonte, retornando, uma vez mais, para a Bahia. O período era o da ditadura militar e acabei me envolvendo em protestos, tendo assim que fugir para o Uruguai, onde sobrevivi exercendo as funções de garçom e cantor em um cassino. Retornei ao Brasil, chegando ao Espírito Santo em julho de 1964... e aqui, o dinheiro acabou! A primeira impressão que tive de Vitória, na semana em que cheguei, foi péssima: não havia vida noturna de espécie alguma e isso para um notívago como eu é um fato determinante. Depois desta primeira semana, pus-me a procurar emprego. O objetivo era conseguir algum dinheiro para seguir para o sul do país e retornar ao Uruguai. Queria sair do Brasil, ainda que de forma ilegal. Mas, como sempre digo, 'sou o homem certo, no lugar certo, na hora certa'. Vitória não tinha uma única agência de publicidade nessa época e o que eu sabia fazer era desenhar. Assim, fui pintar placas de publicidade na beira da estrada. Estava em construção o edifício Kennedy, localizado no centro da cidade, e um tapume cercava todo o terreno. Os empreendedores da obra queriam afixar ali uma placa grande com o desenho do prédio concluído. Quem habitualmente fazia esse tipo de trabalho aqui em Vitória era o Délio. Mas, interessante: ele só conseguia desenhar a partir de um modelo original. Quer dizer, ele não criava, limitava-se a copiar em escala maior. Assim, pus-me a desenhar a placa em tamanho pequeno, para ele poder ampliá-la. A Eldorado Publicidade estava nascendo justamente para fazer a campanha publicitária da Eldorado Melhoramentos, empresa responsável pela construção do prédio. O Cariê, proprietário da Eldorado, ficou me observando desenhar e disse: 'Estou criando a primeira agência de publicidade de Vitória. Gostaria de saber se você tem interesse em trabalhar comigo". Assumi o cargo de artefinalista na agência, visto que cabia ao Janc idealizar os desenhos. Lá encontrei o Xerxes Gusmão Neto, o Oswaldo Oleari, que era o redator dos textos, e o Janc, que criava os desenhos, cabendo a mim, portanto, a parte da arte final. Em função do trabalho na Eldorado, logo na primeira semana conheci toda a esquerda de Vitória, que se reunia no Bar Marrocos, atrás da Praça Oito. Era uma 'igrejinha' formada pelo Oswaldo Oleari, Toninho Neves, Cláudio Antônio Lachini, gente que me recebeu com o maior carinho.


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